"Crianças olham a vida com grandes olhos de admiração, têm uma graça que o tempo vai lhes tirando como uma película que ficasse pequena demais para a alma. Algumas saem em busca desse espaço interior que transbordou, dessa verdadeira humanidade. Não se deixam domar, escapam por alguma brecha, e correm em frente branindo sua inquietação como uma tocha.
(...)
Eu me pergunto, vendo-as assim delicadas, como é possível que um dia se transformarão em criaturas a quem uma pequena flacidez do corpo apavora mais do que as entusiasma o milagre de viver, e a competição para ser a mais invejada ou a mais poderosa rouba o tempo de ser naturalmente uma pessoa."
(por Lya Luft, em "O Rio de Meio")
Postei este trecho do livro da Lya Luft aqui porque ela traduziu muito bem e simplificadamente o que também me incomoda, e muito. Talvez se eu mesma fosse tentar escrever, o fizesse de modo mais prolixo, mais complicado.
Não há muito o que se contextualizar de tão real que chega a ser. Basta olhar ao nosso redor, nas melhores rodas de amigas, entre as conhecidas ou para dentro de nós mesmas.
Beth
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