segunda-feira, 20 de julho de 2009



" Há quem passe pelo bosque
e só veja lenha para a fogueira "
Tolstoi
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Nem sempre ver o óbvio é falta de imaginação!
A natureza é de uma beleza meio óbvia mesmo. o universo é incontestavelmente belo, encantador e misterioso. Exceto pela ação do homem sobre ele. Mas nem tudo é óbvio para todos, e nem todos têm uma boa imaginação. Há gente criativamente má, com uma imaginação destrutiva e impiedosa, e há também gente obviamente negativa. Fato é que há quem passe por bosques na vida só conseguindo ver o que os seus olhos refletem da sua alma - uma imaginação deficiente sobre si, que reflete na vida e, às vezes, no outro. Ver lenha para a fogueira no bosque é buscar no prazer o caminho para realização de suas próprias ambições e também a possibilidade de usar insensivelmente o que deveria ser deleite como fonte de conquista material ou pessoal. Em todos os possíveis sentidos, não apenas financeiro.
Embora não tenha exatamente o mesmo sentido, enquanto comentava esta citação, me veio à mente um trecho do livro "Vivendo com Propósitos" (Pr. Ed René Kivitz), e fui buscá-lo para também compartilhar:
"A infelicidade para algumas pessoas não é um sofrimento constante, com lágrimas derramadas de hora em hora, mas sim o seu oposto, justamente a ausência de lágrimas. Não se emocionam mais, não se entristecem, não se importam, não choram mais, e acham isso normal, sinal de maturidade, estabilidade emocional, autocontrole... Eu chamo isso de apatia, dessensibilização, incapacidade de ser afetado pela vida."
Quer apáticos, quer imaginativamente desequilibrados, há quem passe pelo bosque e não perceba toda a sua beleza...
Penso aqui comigo mesma que é bom estar atento, pois, sem querer, tragado pelas circunstâncias e pelas necessidades de sobrevivência, posso eu mesma até ver lenha onde poderia estar apenas admirando a paisagem e abstraindo dela uma reflexão energizante para continuar a lida...
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*Tolstoi foi um escritor russo que viveu entre 1828 e 1910. Ficou órfão aos nove anos e foi educado por preceptores. Em 1843, iniciou o curso de letras e direito. Depois de formado, passou um período em Moscou e logo se alistou na guarnição, seguindo seu irmão Nicolenka, oficial do exército russo.
Depois de abandonar a carreira militar, em 1865, iniciou a elaboração de "Guerra e Paz", uma das maiores obras literárias de todos os tempos. Trata-se de um extenso romance que aborda as guerras napoleônicas e traça um quadro da sociedade russa do início do século 19. Em fins da década de 1870, Tolstoi também escreveu o romance psicológico "Ana Karenina", também de grande repercussão.

Um comentário:

  1. ADOREI! Tão triste quanto ver no bosque apenas lenha para a fogueira é saber que isso ocorre porque os olhos refletem o que há dentro da alma...você disse tudo!

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